11/11 - Doha



E agora Aderbal firma seus pés no Oriente Médio, e em pleno deserto! O que não é completamente verdade, pois já tinha estado em Israel faz um tempão. Mas o Qatar, sei lá por que, parece mais representativo do Oriente Médio em meu imaginário, descontando aqueles países dos quais convém nem chegar perto, como Irã, Iraque, Arábia Saudita, e também deixando de fora a Turquia, que bate na trave mas é meio outra coisa.



Cidade absolutamente plana, sem sequer um calombinho nas ruas devido a aclives naturais. Quanto aos calombos de origem humana, a coisa fica diferente.
Na maior parte da cidade simplesmente não há um conceito estável de calçada, e os carros e transeuntes disputam o mesmo chão, que frequentemente nem asfaltado é, e sim apenas um monte de buracos irregulares sobre a areia. Os motoristas não dão muita bola pra pedestre, e o que falta em faixas de pedestres por aqui sobra em canteiros de obra complicando ainda mais o deambular deste pobre coitado que cá escreve.



Depois de um dia inteiro andando pela cidade, a constatação: praticamente apenas homens indo e vindo, nem uma única mulher na rua, à exceção de uma eventual turista. Quase tudo é escrito também em inglês, com frequência antes do escrito em árabe. E, enquanto meu inglês só desaparece gradualmente, o deles é muito bom, até mesmo o das pessoas mais aparentemente subalternas.


Boa parte do dia foi gasta tentando chegar à  Pérola, uma ilha artificial lá lonjão, para a qual havia um ônibus que passa a cada 20 minutos. Mas são aqueles 20 minutos de brasileiro, e, ao contrário da Austrália, onde a sinalização era via de regra primorosa, aqui a gente tem que adivinhar onde ficam os pontos. Geralmente, um a cada 2 km, e não 200 metros, como em SP... Pau no cu do motorista, que não para fora do ponto que só ele, metafisicamente, sabe onde fica.


A cidade, em si, dá pra dividir entre uns três ou quatro prédios turísticos manjadões, uma enorme maioria de predinhos suburbanos no melhor estilo São Miguel Paulista, e montes e montes daqueles prédios enormes, pantagruélicos, fechados, no meio do nada, exceto por mais daqueles prédios ao redor. Este cenário meio desolado, o deserto de gente habitando e se movendo ao redor destes mamutes, dá uma impressão de cidade cenográfica, como se os prédios não fossem para valer.




Comentários

  1. E os falcões, não vai falar sobre?
    Só largou uma fotinho assim, displicentemente, e nenhuma alusão?
    Como editor, vc é ótimo médico...

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  2. Errado pensar que não dá pra chegar perto do Irã. É um belo destino e trata bem os turistas. Conheço algumas pessoas que já foram, e está nos meus planos. Não sei como seria ir no estilo mochilão avarento, gosto de conforto e segurança.

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