16/10 - Singapore


Na manhã de hoje, conforme previsto, consegui, assim digamos, deixar aquele macarrão de ontem para trás. E sim, foi uma separação, por assim dizer, bem dolorosa! Ui!



O clima continuou de um abafamento amazonense master, com um sol úmido e ardido penetrando pelos poros da gente, me forçando a melecar o rosto com aquela abjeta gosma de protetor solar, suando mais do que um porco com um caso grave de feocromocitoma.
Imagino como vai estar aquela região atrás de meu joelho que, quando não estou vestido de carioca, jamais toma sol, depois de uns 15 dias de ataque destes fótons assassinos...


A felicidade aqui em Cingapura é intimamemente relacionada aos condicionadores de ar. A gente caminha miseravelmente pelas ruas e pela existência, constatando que a vida é plena dor e sofrimento, até que inadvertidamente passa pela porta de uma loja ou um shopping center, toma uma súbita e revigorante lufada de ar frio, como se a Ana Paula Arósio tivesse nos concedido a graça de peidar em nossa alma, e então a esperança retorna a nosso ser, nos refugiamos por alguns minutos no seco friozinho dentro do estabelecimento, para depois voltar para a rua e para o inferno de se engasgar com o próprio suor.


As walking tours de hoje, em sessão dupla, uma de manhã e uma à tarde, não chegaram a ser memoráveis, com desempenho bem mediano de nosso guia. Mas, que bela surpresa, pela primeira vez nesta minha vida de tour walker, o cara não incluiu em seu discurso aquela conversinha de "é de graça mas a gente vive disto, e qualquer contribuição será apreciada" e coisa e tal. Absolutamente nenhuma menção a dinheiro, e ainda estava incluída, nos dois roteiros, parada para pequena degustação da comida local, às custas dele! Mas que alegria poder, pela primeira vez na vida, sair não-fugido após o fim da caminhada, apertar agradecido com minha mão a mão do guia, e não haver uma nota de dinheiro entre elas!





















Colin, o guia, cujo nome real é algo como Hee Mei Kung, um ex-policial, ainda nos indicou um entorpecente lícito, num país em que a posse de mais de 300 gramas é passível de pena de morte.
Pinang, noz de betel, areca. Um treco estimulante, epidemicamente consumido na Nova Guiné e na Etiópia. Custa um dólar, é vendido às claras nas lojinhas dos indianos, e, quando fui comprar uma dose do tio que prepara os pacotinhos, o sujeito me deu de graça, deve ter me achado bonitão.
Mas, a par de eu estar escrevendo estas linhas sem ficar pingando de sono, como de costume, adivinhem se fez algum efeito além de encher os vãos entre os meus dentes de pedacinhos de casquinhas amadeiradas... Pau no cu da areca, se planta tivesse cu.

Comentários

  1. Te julgava contra doping e aditivos de qualquer espécie...vejam só...

    p.s Vai manter o nariz de palhaço a viagem toda?... Tua acompanhante vai queimar o carma de uma existência em apenas uma viagem, o q seria quase sorte!

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  2. KKK Vai ver que o "tio" te achou parecido com o "Barry Manilow"...kkk ��


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