25/10 - Brisbane

Brisbane finalmente tem jeitão de cidade grande, não só por causa da parede de arranha-céus, mas também pelo resto da arquitetura, mais alta, com mais cimento, e tudo mais lotado e movimentado. Na verdade, a cidade inteira parece um enorme Cebolão, com viadutos chegando e saindo das ruas, por cima de nossas cabeças e por baixo dos nossos pés, com vários edifícios com várias saídas dando para níveis diferentes de rua. Por ao menos duas vezes fiquei perdido, sem poder contar com a ajuda do mapa, porque ele não dá a localização vertical.

O albergue, desta vez, é de primeira: Tudo mais limpo e iluminado, rapaz que nos deixou entrar no quarto às 5 e pouco da madrugada, toalhas cedidas pelo local e, por sorte, banheiro fora do quarto mas bem em frente da nossa porta.

A walking tour de hoje ficou por conta de uma senhorinha do escritório de turismo.  Com cara daquelas voluntárias, solteironas ou viúvas, cujas existências se encerraram antes de suas vidas, e arranjam este tipo de atividade para continuarem a se ocupar com algo, e poderem dizer que continua valendo a pena permanecer por aqui, se é que um dia valeu. Não foi a caminhada mais dinâmica ou espetaculosa, mas ela era gracinha.

Na rua, ganhamos um vale de 15 contos pra um primeiro pedido de Uber Eats. Instalando o aplicativo, escolhendo um restaurante sem taxa de entrega e pedindo um prato de 13,85, deu pra jantar de graça. O entregador, que chegou de bicicleta, de suspeito nome Robson, era sim brasileiro. Gente boa, tá aqui estudando inglês. Pau no seu cu, Robson. Se fosse filho do Lula, continuaria falando pouco inglês e provavelmente falaria bem menos português também, mas seria um empresário de sucesso em vez de entregador de carneiro apimentado.

E, lá fora, essa criançada como nem quando eu tinha a idade deles eu era, segue tocando música alta e fazendo algazarra em sua embriaguez desassombrada. Eu, jovem que nunca fui, não bebo. Mas adulto que pelo visto também jamais serei, amanhã vou andar de montanha russa.