05/10 - Alice Springs

Segunda noite dormindo sob as estrelas, muitas e tantas, que a câmera aqui do celular não conseguiu capturar a contento. Desta vez, mais preparado e agasalhado dentro do swag cheio de areia. Tendo razoável sucesso em tirar ludicidade da precariedade, mas juro que dei uma fraquejada, assim como o Bolsonaro, quando ouvi que novamente seríamos acordados às 4 da madrugada para a terceira caminhada do pacote, de três horas e muito sol. Que acabou sendo a mais bacana das três, e talvez a mais desconhecida. Não fui exceção dentre os que achavam que Uluru era foda, e o resto sequer existia. A vida é assim. Existem Cocteau Twins no mundo, mas neguinho acha que o máximo é escutar Beyoncé.

Depois, lá vai Aderbal, o senhor das moscas, o homem da máscara de ferro de telinha, para a longa viagem deserto adentro em direção a Alice Springs, com direito a exata repetição do almocinho bunda faça-você mesmo de wrap com um presuntinho malandro de ontem e, mais uma vez, nada pra beber.

Agora é oficial, acabou o pacote do passeio, e a coisa não passou nem remotamente perto de oferecer um churrasco australiano.

Tá acabando o dinheiro australiano que trocamos. Em Alice Springs, apesar de ser uma cidade que  vive do fato de um monte de turista querer ir lá olhar para uma pedra, não há uma única casa de câmbio, e absolutamente tudo já está fechado às 6 da tarde. Vai começar de novo aquele sufoco de estar cheio de dinheiro na pochete, mas não ter dinheiro nenhum. Sem onde e o que comer, fomos ao cinema, jantar batata frita de pacotinho, gatorade e chocolate do balcãozinho de pipoca. meio podreira até pro padrão Aderbal. Mas a sala era só nossa.