06/11 - Darwin

Alice Springs é uma cidade peculiar.
Sem uma única casa de câmbio, tivemos que encontrar um banco que trocasse dinheiro. Com 8 dólares de taxa de serviço.
Depois de uma caminhada fodinha sob um sol cáustico e ainda algumas moscas, chegamos a um museuzinho de aviação meio merda, mas com um simulador de voo, diz o tiozinho voluntário que ficava explicando como a coisa funcionava e algo invasivamente manipulando os controles por nós, bem fiel ao usado pelos pilotos para praticar. Depois de aprender a minimamente manejar aquilo, fui capaz de encenar minha própria versão do 9/11 sobre o hangar do aeroporto virtual, enquanto o pobre e lamentavelmente desafortunado ser vivo que já tolera minha indesculpável e nauseante proximidade há 20 dias consegui fazer o voo completo e pousar o avião direitinho. Adivinhem qual de nós dois ganhou um adesivo pra vidro de carro bonitão de piloto honorário, enquanto o jihadista simulado ficou só chupando o dedo?
Pau no seu cu, velhinho voluntário. Aviões são ótimos projéteis!

A cidade também não tem linhas de ônibus, o que significa que a única forma de chegar ao aeroporto é pedir um táxi. 70 dólares pela diária do hotel, mas mais 42 só pra conseguir sair da cidade. Sim, claro, também não tinha uber.

No avião para Darwin, reencontramos nossa mandona guia e sua inseparável amiga, que também estavam vindo pra cá. Umbigo à mostra desta vez, ah, que felicidade!

Mas, como nos programas de televendas, calma, ainda não acabou, tem mais coisa, fica ainda melhor. Acabamos ganhando carona das duas, que haviam alugado um carro e passariam em frente ao distante hotel mesmo, nos poupando de uma bela caminhada até um ponto de ônibus e depois só deus saberia! O mundo dá voltas. Daqui a não muito, ao redor de minha pança.

Agora, por outro lado, temos de volta aquele bafo cingapurense, o calor com aquela umidade cruel, graxenta, pingante, viscosa. Até o  momento não fui incomodado por uma única mosca aqui, porque moscas voam, não sabem nadar.