07/11 - Darwin



E o dia com mais caminhada até agora foi também o de sol mais esturricante. Por ter sido destruída por um ciclone em 74 e reconstruída, em estilo Praia Grande chic, quase do nada, a cidade ainda tem muito espaço vazio entre os prédios e casas, muito pouca sombra, e muito, muito sol em cima do lombo do transeunte.



Depois de visitar isto e aquilo, começou a batalha pra conseguir almoçar. Não apenas dois pontos turístico de trailers de comida completamente desativados, não sem antes muito sol esturricando o cupim do vivente pra chegar lá e ler que só funcionam de março a outubro. Também a maioria dos poucos restaurantes, padarias e até mesmo lojas comuns nos centrinhos comerciais mais afastados do centro da cidade só ficavam abertas até 2:30 da tarde. Horário estranhísssimo, pra onde supõem que as pessoas vão após este horário? Dos aborígenes, já sabemos. Antes, durante e depois das 2:30, apenas permanecem ali sentados no chão, no meio-fio da calçada, fazendo nada... Então, depois de muito correr em vão atrás de algum lugar que se interessasse por nos vender comida, acabamos, humilhados, no McDonald's mesmo...




Havia também encontrado um all you can eat pra ir depois do banho de piscina de água salgada, por 37 dólares, pra tentar comer um bifão australiano, mas, na última hora, a pança roliça e o bolso avaro falaram mais alto, e acabei o dia é no jantar de supermercado mesmo. Infrutiferamente de volta às raízes. No começo desta minha vida de turista, eu ia viajar e, sem muito esforço, voltava uns 4 quilos mais magro, apenas às custas de andar muito e comer pouco, uma dieta à base de sanduíche de salame de supermercado. Agora, já bem mais entrado em anos, além de mais negão, provavelmente vou voltar desta viagem é ainda mais gordo, mesmo tendo trocado o bufê de hoje por saladinha de macarrão e duas fatias de pastrami. Tá, e dois sorvetes.
Pau no cu de meu metabolismo geriátrico.




Comentários

  1. Querido Aderbal, o tempo passa para todos...Pq seria diferente com você?

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  2. Aderbal, você tem um certo talento literário.... seria saudável ter um outro olhar sobre situações e pessoas, de vez em quando.... porém se até Sartre passou a vida discorrendo sobre o mesmo assunto... A Náusea.

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