09/11 - Perth



Yes! Sim! É inacreditável! É indesculpável! É nauseabundo! Aderbal foi mais uma vez pra parque de diversões!!!
Não uma, não duas, mas TRÊS vezes durante esta viagem! Terei passado, no final, 10% dela dentro de parques de diversões, numa tentativa ineficaz de compensar a ausência de maratona nestas férias. O vazio, além de evasivo, não é comutativo. Se eu tivesse passado os 30 dias desta viagem dentro de uma montanha russa, ainda seguiria achando imperdoável a minha mancada.



Pra chegar ao parque, um ônibus, um trem e mais um ônibus. Ao contrário de São Paulo, onde os ônibus sempre lotados são razoavelmente frequentes, mas passam em horários abjetamente aleatórios, aqui chegam a passar tão raramente quanto uma vez por hora, vazios, e no exato minuto indicado nos totens do ponto, que obviamente ninguém vandaliza. Cada sistema com prós e contras. Depois de esperar exatos e previstos 28 minutos pelo primeiro ônibus da volta, com as moscas sentando na minha carne viva, não sei de qual deles gosto menos.



Dos três parques, este foi o menor e mais humildezinho, o que se traduz no preço, 63 dólares em vez dos 90 e tantos dos outros dois. Quase um parque aquático, com vários tobogãs mais algumas montanhas russas, sem os cineminhas e simuladores e outras frecuras das disneilândias mais tradicionais. Filas muito amigas, com sempre pouca espera. O brinquedo mais doidão pifou logo depois de termos dado uma única volta nele, então dá pra considerar o copo meio cheio ou meio vazio. De qualquer modo, pau no cu do cara da manutenção. Todo mundo descalço, com muito pouca roupa, afinal havia os brinquedos aquáticos, Faixa etária média de uns 11 anos, e vô Aderbal lá firme, vivendo todo o ridículo de sua paralisia existencial. Tive hoje minha overdose de menininhas púberes de pouca idade e muitas banhas na minha frente e atrás de mim. Não tanto quanto os Estados Unidos, mas a Austrália também é meio uma nação de obesos. Neste aspecto, ao menos, não destoei da massa. O recorde desta viagem segue sendo 21 voltas, mas fiz 19 neste, aproveitamento bastante aceitável.



Se pararmos para pensar friamente, há muita semelhança entre ir ao parque de diversões e à sauna gay. Se faz tempo que a gente não vai, dá aquela nostalgia, aquela saudadezinha, aquela expectativa quando se apresenta a oportunidade. Aí finalmente chega o dia, brincamos bastante, várias vezes, damos diferentes voltas, repetimos aquilo de que mais gostamos, ficamos com a bunda dolorida de tanto sentar em diferentes brinquedos. Também na sauna gay 19 ou 21 são números de respeitável calibre, e, assim como no toboágua de hoje, a gente entra, senta, brinca, e quando menos se dá conta recebe aquele súbito jorro úmido e fica todo molhado. Assim como sob o céu que nos castiga aqui de Perth, também da sauna gay a gente volta todo assado e dolorido pra casa, vermelho, meio que evitando que nos toquem. Se tivermos estômago fraco ou conflitos heteronormativos a respeito de nossa orientação sexual, tanto em um caso quanto em outro podemos sentir extrema ânsia de vômito enquanto estamos lá chacoalhando pra frente e pra trás. E, em ambos os casos, o sol inclemente ou a sauna gay, é sensata ideia usar uma proteção da qual a gente não exatamente gosta, e preferia não ter que colocar sobre o corpo.



Comentários

  1. Pronto! Finalmente! Confessou pq gosta tanto de parque de diversões!HAHAHAHAHA!

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  2. De longe o melhor de todos os textos!!!! Estou aliviada por não precisar ir a uma sauna gay para conhecer... Afinal Aderbal já a descreveu com requinte de detalhes!!!

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