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14/11 - São Paulo (epílogo)

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E é isso aí... Mais um epílogo nesta vida em que tudo termina, literal ou afetivamente, às vezes permanecendo insepulto, exceto o próprio existir. Hoje pela manhã, vindo pro mesmo trabalhinho nosso de todo dia por pelo menos mais um ano inteiro, embaixo de uma chuvinha chata, pesei prós e contras: Foram 30 dias de sol desbeiçante, assassino, aviltante, mas pelo menos não fomos incomodados pela chuva em momento algum. Em um único dia deu uma chovidinha que nos deixou uns 15 minutos embaixo de uma marquise, e só. O que choveu foi moscas, pra dentro dos orifícios da face, não sobre a cabeça. O planeta começa a ficar pequeno demais pra mim. Agora, pra continuar inventando moda e indo parar em ligares que nunca vi antes, só começam a sobrar aqueles para os quais um pouco mais de estrutura é necessária, nos quais não funciona tão bem baixar com uma mochila nas costas e um tanto de avareza na alma. Depois do favelão de oitavo mundo da Rocinha da Nova Guiné, a ideia de ir pra Áfr

12/11 - Doha

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Hoje, mais um daqueles dias meio frustrados por não apenas fatores externos a mim, mas também por este estilo de mochileiro das galáxias mesquinho até a alma, só pra acabar deixando uma herança polpuda pra irmã parasita. Comecei o dia caminhando uns 9 km pra cruzar a cidade, com o sol punitivo de sempre sobre o lombo, agravado pela lesão em minhas retinas causada por aquela profusão de tons de amarelo claro da areia, do vazio, dos prédios. Para fazer um mimo a uma das mais recentes promovidas a aderbalette plus, com disco próprio gravado, e que portanto passou a ter crédito para me pedir coisas como lhe levar um adesivo da Al Jazeera. Ao chegar, encontro o local mais policiado da cidade, com guardas de metralhadoras em punho em cada portão, a não-permissão para entrar na emissora sem ter uma autorização prévia, e nem sombra de idéia deles sobre a existência deste tipo de merchadise. Aparentemente, a Al Jazeera não é a Jovem Pan. Não me permitiram sequer tirar uma foto da fa

11/11 - Doha

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E agora Aderbal firma seus pés no Oriente Médio, e em pleno deserto! O que não é completamente verdade, pois já tinha estado em Israel faz um tempão. Mas o Qatar, sei lá por que, parece mais representativo do Oriente Médio em meu imaginário, descontando aqueles países dos quais convém nem chegar perto, como Irã, Iraque, Arábia Saudita, e também deixando de fora a Turquia, que bate na trave mas é meio outra coisa. Cidade absolutamente plana, sem sequer um calombinho nas ruas devido a aclives naturais. Quanto aos calombos de origem humana, a coisa fica diferente. Na maior parte da cidade simplesmente não há um conceito estável de calçada, e os carros e transeuntes disputam o mesmo chão, que frequentemente nem asfaltado é, e sim apenas um monte de buracos irregulares sobre a areia. Os motoristas não dão muita bola pra pedestre, e o que falta em faixas de pedestres por aqui sobra em canteiros de obra complicando ainda mais o deambular deste pobre coitado que cá escreve.

10/11 - Perth

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Bom, então hoje, para fechar o capítulo de Austrália, finalmente ir caminhar por Perth. De fato é simpática e bonitinha, mas não chega a ter muito o que fazer. Pros turistas, tem uns três museus bacaninhas, o maior deles sendo nosso Ipiranga, fechado pra reforma até deus sabe quando. Ainda demos sorte de estar havendo um festival de jazz pela cidade, com vários espaços ocupados por grupos tocando ao ar livre. Palcos pequenininhos, músicos desconhecidos, jeitão bem desafetado, público de umas 20 pessoas por apresentação, mas ainda assim chamaram de FESTIVAL! Deu inveja, se comparado com aquela superlotação por dezenas de milhares de idiotas sem qualquer noção de bons modos em qualquer coisa gratuita que resolvem promover no Ibirapuera. O almoço, como algumas tantas vezes, teve bastante tempo desperdiçado andando de lá para cá atrás de restaurantes que estão numa página de internet mas nem existem mais, que deveriam ser buffet livre mas eram apenas à la carte m

09/11 - Perth

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Yes! Sim! É inacreditável! É indesculpável! É nauseabundo! Aderbal foi mais uma vez pra parque de diversões!!! Não uma, não duas, mas TRÊS vezes durante esta viagem! Terei passado, no final, 10% dela dentro de parques de diversões, numa tentativa ineficaz de compensar a ausência de maratona nestas férias. O vazio, além de evasivo, não é comutativo. Se eu tivesse passado os 30 dias desta viagem dentro de uma montanha russa, ainda seguiria achando imperdoável a minha mancada. Pra chegar ao parque, um ônibus, um trem e mais um ônibus. Ao contrário de São Paulo, onde os ônibus sempre lotados são razoavelmente frequentes, mas passam em horários abjetamente aleatórios, aqui chegam a passar tão raramente quanto uma vez por hora, vazios, e no exato minuto indicado nos totens do ponto, que obviamente ninguém vandaliza. Cada sistema com prós e contras. Depois de esperar exatos e previstos 28 minutos pelo primeiro ônibus da volta, com as moscas sentando na minha carne viva, não s

08/11 - Perth

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Pronto, chega, acabou, hoje nos despedimos do sol impiedoso de Darwin, pior não tem como ficar. Minha rebeldia de não passar bloqueador solar hoje nem tem mais consequências, porque já estou tão curtido no sol que a casca que já foi minha pele um dia já nem sofre mais. Duas caminhadas, do hotel ao ponto de ônibus, outra maior do ponto até o aeroporto, e rumamos pra Perth. No avião, conseguiram servir um taco mexicano cheio de feijões dentro, aconpanhado de um arroz cheio de milhos, e, como sobremesa, um sorvetinho com recheio de coco. 100% de reprovação no índice Aderbal de comidas que não precisam ser pioradas com logo aquele ingrediente desnecessário a mais. Pau no cu do comandante. No final, chegamos no albergue já umas 8 da noite. Dava bem pra ficar organizando as coisas, lendo um pouco e o dia teria terminado, mas resolvi inventar complicação e ir ao cinema, assistir Exterminador do Futuro a preço de gente grande. Pela quinta ou sexta vez, é rigorosamente o mesmo fil