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Mostrando postagens de outubro, 2019

31/10 - Sydney

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E horas-bunda e horas-bunda depois, chegamos a Sydney, até um tanto adiantados. Tempo nubladinho, o que significava não ter que se empastelar de protetor solar, e o albergue também já tinha um quarto vago logo cedo, sem necessidade de esperar até às duas da tarde para subir. Parecia que o dia começava bem, mas meio que se esgotou aí toda a quantidade de sorte que tivemos. O quarto do albergue é aquela pobreza, um cubiculozinho com um beliche e um ventilador na parede e nada mais. Sem café da manhã incluso, por bosta que estes cafés da manhã venham sendo e, principalmente, sem internet gratuita. E aí perguntem se eu quis pagar... E depois, claro, saiu o sol... Ardido, ardido... Numa cidade deste tamanho, chama a atenção a existência de poucos locais oferecendo wi-fi de graça, então a manhã foi desperdiçada alternando entre a presença numa walking tour bem pouco memorável e ficar tentando conseguir internet para pesquisar onde comer, como chegar ao aeroporto, e todo o resto

30/10 - Gold Coast

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O dia, como esperado, foi e continua sendo pasmaceira total. Pela manhã, embromation num museu enorme mas com mais salas de convenção e de cinema pago (e caro) do que obras de arte. Depois, embromation pra comer, pra ficar vendo o músico de rua cantar todo o repertório dos greatest hits de música de academia de ginástica em versão acústica. E, a partir das 15:45, o bacurau sentado na poltrona deste bumba que não chega nunca. Mas, como sou previdente, guardei o relato da noite de ontem para hoje! Já meio saturados por um dia de parque de diversões, com todo aquele mise-en-scène de personagens fantasiados, rumamos, fedidos e ainda lambrecados de protetor solar, para o Dracula's, um treco meio indefinível, algo como um show de cabaré brega de temática gótica. 60 dólares só pra entrar, 90 com jantar incluso, do qual, por este preço, obviamente abrimos mão na hora de reservar os lugares pela internet. Lugar quase lotado, como deve ser noite após noite, afinal não havia

29/10 - Gold Coast

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Dia cheio, amiguinhos! Mais um parque de diversões, porque ser crianção mesmo com 5 décadas de lamentável existência nas costas uma vez só na viagem é coisa pouca. Depois, à noite, uma experiência meio bizarra no Dracula's. Conto só a primeira parte hoje, deixo a segunda para amanhã, porque não vai acontecer porra nenhuma mesmo, com a busanfa 17 horas sentada num banco de ônibus, então não fico sem assunto. Hoje foi dia do parque da Warner Bros. Não especificamente cheio como a média dos parque no meu currículo, mas tampouco semideserto como o Dreamworld de 3 dias atrás. Não deu pra fazer como a Dilma, não ter meta, bater a meta e depois dobrar a meta, que agora há pouquinho estava em 21 corridas, mas deu pra fazer 18 desta vez, um número não de todo indigno. Meio como depois de ter colocado a Bruna Lombardi pra esfregar as minhas costas embaixo do chuveiro dela, ainda acabar ganhando uma massagem tântrica da vizinha que bateu na porta para pedir um autógrafo e um pouco d

28/10 - Gold Coast

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E Gold Coast parece assim uma Cancunzinha, tão quente quanto mas com um ventinho bacana batendo no sovaco da gente, e com a temperatura cainda um tiquinho à noite, como em Brisbane, que afinal fica a só uns 60 km daqui. Sim, confesso, já estive em Cancun, e, confesso ainda mais envergonhado, nem achei a cidade tão odiosa quanto esperava que fosse. Na chegada à acomodação, aquele pânico cagacento de quem reserva o lugar mais baratinho pelo Booking, depois se arrepende, e aí na viagem seguinte faz tudo igual de novo. O "hotel", que no site tinha nome e tudo, não estava no endereço indicado, mas só um condomínio residencial banal. Após bastante procura e quebração  de cabeça, descobri que era apenas isto mesmo: o apartamento de  um cara, que aluga um de seus quartos para fazer uma graninha extra. Aí tem aquela saia justa de ficar coabitando na casa do sujeito, numa promiscuidade desconfortável que, paradoxalmente, a impessoalidade das áreas comuns e o número de pessoa

27/10 - Brisbane

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De volta ao convencional hoje, com mais Brisbane na cabeça. A passadinha num museu de arte contemporânea acabou virando meio dia de passeio. Montes de coisas interessantes para ver e, melhor, o local tem sua própria sala de cinema, com programação gratuita todos os dias, então ficamos para (re)assistir O Show de Truman. Sempre que me perguntam se as caracterizações de psicóticos e psicopatas e demenciados e etc. de tal e qual filme são fidedignas, respondo que, bem, o ator se esforçou. Exemplo mais recente de um belo esforço é o Coringa do Joaquin Phoenix. Mas no Show de Truman, sempre identifiquei, ainda que com sinais invertidos, a mais perfeita caracterização fenomenológica de uma intuição delirante, da instalação de um delírio de perseguição. Interessante perceber também como, na situação do personagem, a situação à qual está exposto é tão maior e mais generalizada do que sua persecutoriedade pobremente informada consegue supor que este sequer ter condição de formu

26/10 - Brisbane

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Bom, convenhamos, quem gosta de peixinho é o Manoel, que perguntou no sex shop se eles vendiam calcinhas com sabor e então pediu uma com sabor de batata, para combinar com o bacalhau da Maria. Então, em vez de ir tentar fazer mergulhinho e torrar embaixo do sol até o terceiro olho ali onde o sol nunca nasce, achei que bem poderíamos ir ao parque de diversões mesmo. No local, de esforçadamente criativo nome de Dreamworld, abriram os portões britanicamente às 10:00, mas demoraram uns 15 minutos para começar a operar os brinquedos, para a indignação de um Aderbal exasperado, tentando otimizar minuto a minuto e centavo a centavo o tempo disponível e o dinheiro investido. Mais tarde fui entender por que: mesmo sendo um sábado, o que já vinha me causando arrependimento desde a decisão de passar o dia lá, o parque estava inusitadamente vazio, ao longo de todo o dia. com exceção de uns dois ou três momentos, em nenhuma das montanhas-russas tive que esperar mais do que duas volt

25/10 - Brisbane

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Brisbane finalmente tem jeitão de cidade grande, não só por causa da parede de arranha-céus, mas também pelo resto da arquitetura, mais alta, com mais cimento, e tudo mais lotado e movimentado. Na verdade, a cidade inteira parece um enorme Cebolão, com viadutos chegando e saindo das ruas, por cima de nossas cabeças e por baixo dos nossos pés, com vários edifícios com várias saídas dando para níveis diferentes de rua. Por ao menos duas vezes fiquei perdido, sem poder contar com a ajuda do mapa, porque ele não dá a localização vertical. O albergue, desta vez, é de primeira: Tudo mais limpo e iluminado, rapaz que nos deixou entrar no quarto às 5 e pouco da madrugada, toalhas cedidas pelo local e, por sorte, banheiro fora do quarto mas bem em frente da nossa porta. A walking tour de hoje ficou por conta de uma senhorinha do escritório de turismo.  Com cara daquelas voluntárias, solteironas ou viúvas, cujas existências se encerraram antes de suas vidas, e arranjam este tipo

24/10 - Mackay

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De volta às minhas ruminações pedestres e pouco embasadas inspiradas por Port Moresby, até por falta de coisa melhor para fazer. Pela manhã fizemos pouco além de tomar aquele cafezinho instantâneo disponível no quarto do hotel e ficar enrolando até a hora de sair, para ficar enrolando mais, até a saída do busão às 13:00, no qual ficaremos com a bunda sentada até às 5 da madrugada do dia seguinte. Estou aqui sentado num banco de praça, com mochilas e bolsas ao meu redor, olhando para um cara meio sujão, com uma mala, no banco uns 50 metros à minha frente. Nenhum dos dois parece se sentir muito ameaçado pela mera presença um do outro, exatamente o oposto de como me senti na Nova Guiné, e não é porque o prédio às minhas costas é a delegacia de polícia. Há um contrato social que estipula que não nos atacaremos mutuamente, e a gente não pára pra pensar como ele é eficaz mesmo na ausência de uma força externa perceptível que nos coaja. Certamente em parte há algo atávico que fa